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Aumento da violência é visto como lição na volta às aulas da rede pública

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Policiais foram até escola após ameaça de atentado.
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Prefeitura e Governo capacitaram educadores e reforçam ações de forças de segurança

Alunos da rede pública, estadual e municipal, voltam às aulas nesta quarta-feira (2), para concluir o ano letivo. Somando, são quase 300 mil alunos, entre crianças e adolescentes. O alerta é quanto à questão da violência. No primeiro semestre ocorreu o ataque que feriu a mãe de um aluno, na escola municipal Bernardo Franco Baís, na Vila Glória, em Campo Grande. Por muito pouco, não se tornou uma tragédia. 

O agente patrimonial e um professor foram heróis ao imobilizar o agressor, de 15 anos, evitando que mais gente fosse ferida.

O episódio levou tanto o Governo quanto a Prefeitura de Campo Grande a reforçarem a segurança de seus alunos. A escola passou a ter vigia constante de guardas municipais e o Estado lançou um plano de segurança em que ao menos 300 escolas passaram a ser monitoradas por câmeras. 

Conforme o gestor do Nise (Núcleo de Inteligência de Segurança nas Escolas), coronel Carlos Hudmax Evangelista, desde março, quando o serviço foi criado, os casos de violência diminuíram nas escolas, o que leva a apostar em um segundo semestre de paz. “Desde que assumimos o núcleo fizemos um trabalho muito forte na área de inteligência, buscando informações dentro e fora das escolas. Com isso, obtivemos a informação que precisa ser trabalhada, fizemos verificações, conversamos com a direção e realizamos encaminhamentos necessários”, avaliou o Cel. Hudmax.

Para o segundo semestre letivo, o coronel destaca que um novo plano com adequações foi apresentado ao secretário da SED/MS (Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul), Hélio Daher, com foco na conscientização da comunidade escolar. “Nosso objetivo, enquanto órgão de segurança pública dentro da Secretaria de Educação, é trazer essa sensação de segurança a toda a comunidade escolar. Desde quando foi anunciado o plano de segurança, nós fizemos capacitações, principalmente com os diretores, sobre como agir diante de uma situação de crise, como usar o aplicativo de denúncias de chamado imediato, entre outros”, afirmou o gestor de segurança.

Cabe destacar também que os alunos de Campo Grande contam ainda com o programa “Escola Segura Família Forte”, uma parceria entre a Sejusp  (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e a PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), que atende a 128 escolas da Rede Estadual de Ensino e da Rede Municipal de Ensino, somente na Capital. 

Em nota, a SED/MS informou que a REE (Rede Estadual de Ensino) atende cerca de 190 mil estudantes, matriculados em 348 unidades escolares. “Nesta terça-feira (1º), teremos o retorno dos professores para o dia de preparação que antecede a volta dos alunos. O reinício das aulas será no dia 2”, divulgou a secretaria.

Por sua vez, a Semed (Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande) apontou que conta com cerca de 105 mil alunos, matriculados em 106 unidades de educação infantil (Emeis) e 99 escolas de ensino fundamental. Além disso, durante as férias escolares, de 17 de julho à 1ª de agosto, a prefeitura de Campo Grande iniciou um mutirão de reforma nas unidades.  

A prefeita Adriane Lopes (PP) classificou como o maior programa de história de revitalização do município. “Lançamos a revitalização de 17 unidades escolares que foram reformadas simultaneamente. Precisamos ouvir os diretores, quem está na ponta, quem trabalha no espaço físico”, enfatizou.

Um semestre para se esquecer 

Uma onda de medo foi gerada nas escolas no Brasil, após o massacre em uma creche, em Blumenau (SC). No dia 10 de abril, um homem matou quatro crianças com uma machadinha. O agressor, de 25 anos, pulou o muro da creche particular Cantinho Bom Pastor com uma arma branca e desferiu golpes nas crianças, especialmente na região da cabeça.

O autor foi indiciado por quatro homicídios consumados quadruplamente qualificado (motivo fútil, emprego de meio cruel, sem possibilidade de defesa e contra menor de 14 anos) e por cinco tentativas de homicídio, com as mesmas qualificadoras. Ele encontra-se, atualmente, preso na Penitenciária Regional de Blumenau (SC).

Botão do pânico pelo celular 

A prefeitura adotou como principal medida o botão do pânico. A escola Biovilla, no bairro Rita Vieira, conta com o dispositivo, entretanto, a SED não informa se há mais instituições de ensino com o dispositivo em funcionamento. Porém, a aposta da rede municipal é uma ferramenta de aplicativo de celular que disponibiliza o botão. O programa “Escola + Segura” mobiliza imediatamente as equipes da GCM (Guarda Civil Metropolitana), a fim de evitar tragédias e acionar, de maneira eficaz e discreta, a polícia. 

Além disso, com o chamamento de mais de 100 guardas municipais, a ronda escolar passou a atender as escolas nos dois períodos. Os agentes passaram a utilizar 10 viaturas para realizar as rondas nas escolas das sete regiões urbanas da Capital.

Para o retorno do segundo semestre, a Guarda Civil Metropolitana realizará a operação “Volta às Aulas”, simultaneamente, nas unidades de ensino das 7 regiões urbanas de Campo Grande, empregando todo o efetivo.

“Será uma ação das gerências especializadas que, por meio de ações preventivas nas unidades de ensino e terminais de transbordo, visam evitar o acometimento de atos ilícitos, depredações, pichações, dentre outros atos que sejam contrários às previsões legais, proporcionando assim segurança aos alunos, pais, corpo docente e demais servidores da educação”, reforçaram, em nota.

De acordo com o agente patrimonial Jocsã Conceição Silva, que foi o responsável por segurar o adolescente que atacou a mulher no Baís, houve uma mudança. A entrada está mais restrita, mas ainda não é 100%. “O botão de pânico é de grande validade, mas um agente de patrimônio presente inibe mais, mostra mais segurança e os pais se sentem mais seguros”, defende. 

Desde o ocorrido, o adolescente segue preso na Unei. Na unidade, ele recebe acompanhamento escolar semanalmente.

Professores passam por capacitação  

No dia 1º de agosto, os educadores da Rede Municipal de Ensino iniciam o segundo semestre do ano letivo de 2023 com uma reunião de ambientação e orientação, realizada pela Semed (Secretaria Municipal de Educação) para os docentes. 

De acordo com a secretária, o projeto ‘“Aprender Mais na Reme” continuará sendo desenvolvido neste segundo semestre e as estratégias e procedimentos didáticos adotados pelos professores tomarão como base os resultados dos simulados aplicados no primeiro semestre de 2023.

“Os resultados do primeiro semestre permitem que a comunidade escolar tenha uma noção mais clara sobre as potencialidades e fragilidades de sua unidade escolar, considerando também, nesse processo, as características sociais e culturais que singularizam o seu contexto. Neste segundo semestre, retomaremos as habilidades ainda não consolidadas ou, até mesmo como ponto de avanço ou ponto de partida de conteúdos ainda não ministrados e em consonância com o cenário apresentado em cada escola”, explicou a nota da Semed.

Já a SED destacou que elabora para os alunos da REE (Rede Estadual de Ensino), a partir do 2º semestre, cursos preparatórios para o Enem e para o Vestibular.

O projeto é voltado para alunos do terceiro ano do ensino médio e das séries finais da EJA (Educação de Adolescência e Adultos) e AJA-MS (Avanço do Jovem na Aprendizagem), visando fortalecer os conhecimentos ministrados na RE (Rede Educação), aumentando a aceitação de oportunidades educacionais superiores.

Serão disponibilizados 25 mil acessos à plataforma digital e 4 mil materiais didáticos impressos que, ao todo, somam mais de 10 milhões em investimentos. Por fim, o presidente do ACP/MS (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Gilvano Kunzler Bronzoni, destaca que a classe aguarda o segundo semestre com otimismo na garantia das pautas da educação. 

“Na rede estadual nós adentramos as férias negociando com o governo, principalmente a valorização do professor convocado e dos nossos administrativos. Para os efetivos, o cumprimento da lei 277. Na rede municipal, temos algumas pautas importantes para o segundo semestre, como a eleição direta nas escolas de educação infantil e o chamamento, por meio de edital do concurso público, para professores na rede municipal”, espera o presidente da ACP.

Com a informação O Estado.

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