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Casos de arboviroses despontam na Capital e preocupação com os idosos aumenta

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Foto: Marcos Maluf
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Público já representa 10% do total de quase mil pacientes notificados, em todo o Estado

A Capital está vivendo uma tripla epidemia, causada pelos altos índices de doenças como dengue, chikungunya e o vírus sincicial respiratório, que estão sendo responsáveis pela superlotação das UBS (Unidades Básicas de Saúde) e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), transformando a saúde pública municipal em um verdadeiro caos. A preocupação é confirmada pelos números do boletim epidemiológico da SES (Secretária Estadual de Saúde), que indicou que, apenas nos primeiros três meses de 2023, o número de casos de dengue, em Mato Grosso do Sul, foram de quase 11 mil, sendo 12 óbitos, praticamente a metade dos casos que ocorreram nos 12 meses de 2022.

O que preocupa, em casos de idosos, que correspondem a 10% dos casos, de acordo com o médico geriatra Dr. José Roberto Pelegrino, é a demora para a recuperação, pois os sintomas são mais exacerbados, ou seja, o paciente sofre mais.

“A dengue, chikungunya e zika são infecções virais e quando acometidas em pessoas de mais idade, acima dos 75 e 80 anos, o paciente pode ter aquilo que chamamos de ‘estado confusional agudo’, o que deixa o paciente desorientado, não sabendo onde está, ficando inseguro e apresentando várias alterações, às vezes delírios e alucinações. Tudo provocado pelo quadro infeccioso”, disse José Roberto.

De acordo com os dados epidemiológicos da Sesau (Secretária Municipal de Saúde),no mês de março, os casos de dengue na Capital somaram mais de 2 mil casos notificados e 1.321 casos confirmados. Quase 90 casos a mais do que no mês de fevereiro e mil casos a mais do que no mês de janeiro. A secretaria não contabiliza os números por faixa etária, somente os números gerais. Contudo, descartou, em nota, que Campo Grande possa superar os números recordes de 2019, ano da pior epidemia, no município.

“O município acompanha diariamente o número de notificações dos casos de dengue e demais arboviroses. Neste momento, não há indicativos de que o cenário deste ano possa superar o de 2019, ano da pior epidemia de dengue em Campo Grande, visto que, naquele momento, somente no mês de janeiro, foram registrados quase o mesmo número de notificações, entre 1º de janeiro e 4 de abril deste ano. Naquele ano, foram 3.029 notificações no primeiro mês, 6.754, em fevereiro e 13.176, em março. Até o momento, foram registradas 1.218 notificações, em janeiro; 1.771, em fevereiro e 2.161, em março deste ano. Salientamos que, mesmo o cenário não sendo o mesmo apresentado em 2019 ou até em 2020, ano da última epidemia, o município está, novamente, em situação de epidemia”, pontuou a secretaria.

Diagnosticada com chikungunya, a idosa Joselina Alves, que mora no bairro Ramez Tebet há mais de 20 anos, contou que passou três semanas com os sintomas da doença. Ela, que já tem problemas de coração, revelou que nunca sentiu algo parecido e pontua a demora no diagnóstico.

“Eu tenho problema de coração, fiz cirurgia e achei, em um primeiro momento, que era esse o problema, mas eu comecei a estranhar, por que comecei a ter muita febre, dor no corpo, diarreia e, após fazer exames, o médico constatou que as plaquetas estavam baixas e a situação não melhorava. Tomei soro, voltei para casa e piorei. Fiquei três semanas inchada, principalmente minhas pernas e meu rosto. Foi então que eu vi que não era normal, além da febre e a dor no corpo, que persistiam. Depois, quando quase todos os sintomas acabaram, o médico pediu novos exames e descobriu que era chikungunya. Tomei várias medicações que foram receitadas na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Aero Rancho, ainda tive que comprar remédios, por que não tinham no posto. O nosso bairro não tem esgoto, as ruas ficam cheias de poças de água, então o mosquito pica e a gente nem percebe, nosso bairro precisa que a prefeitura veja bem isso”, explicou.

Sintomas

Os casos de dengue podem começar com alguns sintomas comuns também em outras doenças, como febre alta, dores musculares, mal-estar, falta de apetite e dores de cabeça.

É importante que, ao sentir sintomas como esses, combinados com dores nos olhos e até mesmo manchas vermelhas pelo corpo, procure um médico, para que ocorra um diagnóstico preciso e início do tratamento, que é feito basicamente com hidratação, junto com remédios, para alívio dos sintomas.

Conteúdo retirado do O Estado.