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Professores da Capital ameaçam parar as atividades nesta quarta-feira

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Em dezembro de 2022 professores deixaram as salas de aula e foram às ruas para exigir reposição salarial - Marcelo Victor
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Parte da categoria ficou sem reajuste de 4% e se a Câmara não aprovarar alteração na lei nesta terça-feira, prometem parar no dia seguinte

Depois da greve do começo de dezembro do ano passado, professores da rede municipal de Campo Grande ameaçam voltar a parar nesta quarta-feira (23) caso a Câmara não aprove na terça-feira (22) uma alteração na lei que deixou parte dos professores sem o reajuste de 4% sobre o salário de fevereiro. 

Conforme o presidente do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), Gilvano Bronzoni, cerca de 700 educadores ficaram sem aquela reposição, embora o acordo com o Executivo municipal previsse que todos os profissionais seriam contemplados.

E, para garantir que este grupo, composto principalmente por especialistas e educadores que estão com aulas complementares, receba não só estes 4%, mas também os 6,39% previstos para junho, a assembleia de quinta-feira optou pelo dia de protesto caso a questão não seja resolvida imediatamente.

Mas, de acordo com o próprio sindicato, o Executivo já encaminhou projeto para a Câmara e existe a possibilidade de que a alteração na Lei 7.002, de 16 de fevereiro de 2023, seja votada amanhã. Se isso acontecer, a paralisação de quarta-feira será cancelada, garante o sindicalista. 

SÉRIE DE EMBATES

Mas os 4% para os cerca de 700 profissionais são somente uma pequena parcela dos embates que envolvem a categoria na Capital. Conforme  Gilvano Bronzoni, existe um passivo de 82% a ser conquistado até o fim do próximo pelos professores. 

A Lei 6796, publicada em março de 2022, dias antes da renúncia do ex-prefeito Marquinhos Trad, prevê que até outubro de 2024 o piso nacional da educação será pago na íntegra por 20 horas aula para os professores da rede municipal de Campo Grande.

Esse passivo (82%) se arrasta desde 2015, mas aumentou principalmente por conta dos reajustes nacionais concedidos no ano passado, 33%, e no começo deste ano, mais 15%.

Atualmente, o salário de um professor sem curso superior em início de carreira recebe R$ 2.300,00. Com acréscimo de 82% alcançaria o valor do piso nacional, que é de R$ 4.420,55. 

Em Campo Grande, a quase totalidade dos 8 mil professores da ativa têm formação superior. Neste caso, o salário inicial é de R$ 3.496,00. Caso a lei 6.796 seja cumprida até outubro de 2024 , um educador em início de carreira passará a receber pouco mais que 6,7 mil reais. Para queles que têm alguma pós graduação, e mais de 80% deles têm, existe um acréscimo de 10%.

Historicamente o salário da rede municipal de Campo Grande e da rede estadual tiveram valores muito próximos. Agora, porém, os educadores da Capital ficaram pra trás. Na rede estadual, o professor em início de carreira com formação superior recebe R$ 5.191,59. Ou seja, um professor estadual recebe 49% mais que um municipal.

Conteúdo retirado do Correio do Estado.