Carlos Eduardo Contar, que já presidiu a corte, alegou suspeição sem apontar motivo
O desembargador do TJ-MS (Tribunal de Justiça) de Mato Grosso do Sul, Carlos Eduardo Contar, que já presidiu a corte máxima estadual alegou suspeição nos processos surgidos a partir da Operação Omertà, operação deflagrada em 2019 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado)do Ministério Público de MS.
Na prática isso quer dizer que Contar pediu para não atuar mais nos processos que investigam uma quadrilha que agia em Mato Grosso do Sul como milícia armada, uma espécie de poder paralelo.
O magistrado não revelou o motivou real da suspeita. Por norma do judiciário brasileiro, um magistrado pode declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem que para isso seja necessário declarar suas razões.
Diz trecho do argumento do desembargador assim que pediu o afastamento dos processos da Omertà.
‘’Ao aprofundar na análise do presente feito, tomar conhecimento acerca dos fatos em apuração e melhor refletir sobre o cabimento de qualquer manifestação tenho que, por razões de foro íntimo, aplicar analogicamente o art. 145, § 1º, do Código de Processo Civil, declarando-me suspeito para atuar no feito’’.
Contar não conversou com a imprensa para comentar sua decisão. Tratou do assunto somente por meio do processo.
A OPERAÇÃO
O ex-presidente do TJ-MS deixou de atuar nas investigações que envolvem delegado da Polícia Civil supostamente ligado a crime de corrupção, ex-guarda civil suspeito em agir em crime de pistolagem e também com o ex-dono do jogo do bicho, Jamil Name, que morreu em junho de 2021, vítima da Covid.
A operação investigou também um plano da quadrilha articulado para matar um delegado de Polícia Civil e um promotor de Justiça.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.