Em meio a 482 unidades escolares públicas e particulares, 76 têm fossas sépticas e as demais possuem esgoto
Em Campo Grande, 21 das 482 escolas públicas ou particulares têm escoamento sanitário feito a partir de “fossas rudimentares ou comuns”, de acordo com dados do Censo Escolar, publicados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e levantados pelo Campo Grande News nesta quinta-feira (2).
Em relação ao tipo dessas escolas, 7 das 82 escolas estaduais utilizam fossas rudimentares ou comuns, 13 das 205 municipais e 1 das 193 particulares.
Entre elas, estão as escolas estaduais Arlindo de Sampaio Jorge, Blanche dos Santos Pereira, José Mamede de Aquino, Marçal De Souza Tupã-Y, Profª Clarinda Mendes de Aquino, Profª Maria de Lourdes Toledo Areias e Profª Flavina Maria da Silva.
Procurada, a SED (Secretaria Estadual de Educação) afirma que quando a unidade escolar é atendida com reformas gerais, elas são contempladas com ligação à rede de esgoto. Nas demais, no entanto, cabe à gestão escolar informar quando há atendimento e solicitar à pasta que seja feita a ligação.
Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), as fossas rudimentares consistem em buracos no solo, onde são colocados dejetos sem tratamentos. O efluente não tratado infiltra no solo, contaminado-o, bem como o lençol freático, e aumenta a chance de infecções e doenças.
Já as fossas sépticas são tanques vedados em que há direcionamento e tratamento do efluente, também evitando contaminação do solo e reduzindo chance de propagação de doenças. De todas as unidades escolares da Capital, há 76 com esse tipo de escoamento. As demais 384 estão conectadas com a rede pública de esgoto.
Entre as municipais, segundo dados do Inep, há a Profº Arlindo Lima, Profª Adair de Oliveira, Profª Elizabel Maria Gomes Salles, Profª Ione Catarina Gianotti Igydio, Profº José de Souza, além das Emeis (Escolas Municipais de Ensino Infantil) Alba Lucia Spengler dos Santos Pereira, Bem Te Vi, Campo Verde, Cordeirinho de Jesus, Indubrasil, Olinda Toshimi Nishio Nassu e Profª Adelia Leite Krawiec.
A Semed (Secretaria Municipal de Educação) ressalta que são feitas rotas de vistorias nas unidades escolares, buscando identificar problemas estruturais e de manutenção, para que sejam solucionados. Além disso, a secretaria garante que todas as unidades da Reme (Rede Municipal de Educação) são abastecidas pela concessionária de água e saneamento de Campo Grande, a Águas Guariroba.
A única com fossa rudimentar que não é vinculada ao poder público é o Ceian (Centro de Educação Infantil) Anandamóyi. Procurada, a unidade não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Em 2020, segundo o SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico), a Capital tinha 87,2% da cidade atendida pela rede de esgoto. Cerca de 61,1% era tratado. Em 2014, os mesmos índices, respectivamente, eram de 71,9% e 54,9%. A expectativa da Águas Guariroba é que a “universalização” do saneamento básico ocorra até 2026. A empresa tem obrigação definida por lei, baseada em licitação, de garantir acesso a toda a cidade.
Censo Escolar – O Inep coleta dados educacionais como informações sobre escolas, alunos e professores de todas as etapas e modalidades da educação básica do País. As respostas são obtidas via internet, por meio do sistema Educacenso.
A coleta de dados foi feita entre 25 de maio e 1º de agosto de 2022. Segundo publicado no DOU (Diário Oficial da União), o prazo final para correções dos dados foi 12 de dezembro.
O Censo Escolar é o mais completo levantamento estatístico sobre a educação básica do Brasil. Desde 1991, ele é realizado anualmente pelo Inep. Os dados coletados são utilizados como subsídio para o planejamento e definição das políticas educacionais desenvolvidas pelo Ministério da Educação, bem como para o repasse dos recursos destinados às escolas.
As informações declaradas também são usadas na composição das médias do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), referência para as metas do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação).
Conteúdo retirado do Campo Grande News.