Mesmo diante do número crescente das contaminações, Campo Grande ainda não possui estratégias para reforçar as campanhas vacinais contra o coronavírus para 2023
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 69 milhões de brasileiros ainda não receberam a dose de reforço da vacina contra a Covid-19, os dados refletem também na Capital sul-mato-grossense.
Em Campo Grande, a assessoria de comunicação da prefeitura informou que, pelo menos 80 mil pessoas estão com uma das doses em atraso.
Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), 81% da população campo-grandense tomou a 1º dose Contra a Covid-19, pouco mais de 735 mil pessoas, enquanto que 77% tomaram a 2º dose, número equivalente à 704 mil pessoas.
Já sobre a 3º e 4º dose (consideradas de reforço), 386 mil e 155 mil pessoas se vacinaram, respectivamente. A assessoria informou que são cerca de 80 mil pessoas com alguma das doses em atraso.
Ainda conforme a assessoria, em Campo Grande, há carência dos imunizantes Coronavac e Astrazeneca, “em razão da finalização do estoque dos imunobiológicos. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) aguarda o encaminhamento de novas doses das vacinas por parte do Ministério da Saúde”.
Também, a Capital de Mato Grosso do Sul não montou estratégia para reforçar as campanhas de vacinação contra a Covid-19 para 2023, sendo que, assessoria informou – por meio de nota – que a prefeitura está aguardando orientações do Ministério da Saúde, para construir ações efetivas que diminuam o déficit vacinal.
“O Município deverá aguardar deliberação do Ministério da Saúde quanto às diretrizes que serão adotadas para a campanha de vacinação deste ano. Por enquanto, é mantido calendário de aplicação de todas as doses disponíveis em 74 locais que funcionam de segunda a sexta-feira e são realizados plantões aos sábados e feriados em três unidades de saúde”, informa a nota da assessoria.
Por fim, a assessoria conta que, além da ampliação das ofertas de vacina, a Sesau tem realizado, desde o ano passado, estratégias que objetivam a ampliação da cobertura vacinal através de ações itinerantes e busca ativa pelas unidades de saúde.
No Brasil
A Rede Nacional de Dados em Saúde aponta que, cerca de 69 milhões de brasileiros ainda não receberam a dose de reforço da vacina contra a Covid-19.
Além disso, mais de 30 milhões de pessoas não receberam a segunda dose do reforço, enquanto que 19 mi não chegaram a tomar a segunda dose do esquema vacinal primário.
A recém-empossada, cientista e pesquisadora – que foi presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) por cinco anos- , Nísia Trindade (primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde na história brasileira), lembrou que a pandemia da Covid-19 ainda não acabou no Brasil e ainda ressaltou a importância de completar a cobertura vacinal contra a doença.
“A pandemia mostrou a nossa vulnerabilidade. O rei está nu. Precisamos afirmar, sem nenhuma tergiversação, e superar essa condição”, disse, ao destacar que o país responde por 11% das mortes por Covid-19 no mundo, apesar de representar 2,7% da população global.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, pesquisas e estudos científicos revelam que a proteção vacinal contra a doença infecciosa tende a ser mais alta nos primeiros meses após a vacinação, mas que, após esse período, pode haver redução.
Isso significa que, com as doses de reforço, a proteção contra o vírus volta a ficar elevada, dessa forma, o ciclo protetivo fica completo e, portanto, a proteção adicional é considerada indispensável.
“Neste cenário, o Ministério da Saúde ressalta que é fundamental buscar uma unidade de saúde mais próxima para atualizar a caderneta de vacinação contra a covid-19 e outras doenças”, finaliza a pasta
Cobertura vacinal
Em Mato Grosso do Sul – A cobertura vacinal está da seguinte forma: mais de 2 milhões de pessoas tomaram a 1º dose, ao passo que 1.974.483 a 2º dose e 257.964 a dose única contra a Covid-19.
No Brasil – O Ministério da Saúde aponta que, até o momento, 163 milhões de pessoas tomaram a segunda dose ou a dose única da vacina contra a covid-19, o que representa 79% da população.
Quanto à primeira dose de reforço, 102,5 milhões foram aplicadas. Já a segunda dose de reforço – ou dose adicional – soma 45,2 milhões de aplicações.
O Correio de Estado entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde para saber como está o déficit vacinal em Mato Grosso do Sul, além de questionamentos acerca das campanhas de vacinação para este ano, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.