Na história do futebol sul-mato-grossense, Pelé participou pelo menos duas vezes oficialmente atuando pelo Santos. No dia 11 de maio de 1965, o Estádio do Belmar Fidalgo foi palco de uma emblemática partida com a vinda de Pelé em um jogo entre Comercial e Santos, que acabou em 4 a 1, sendo três gols de Pelé, um de Coutinho e um de Nino para o Comercial.
A partida em Campo Grande foi onde o camisa 10 fez os gols 710, 711, e 712 da carreira. Personagens que estiveram em campo naquele dia retrataram como foi encarar Pelé. “Era um baita negão, a gente nem via a cor da bola”, disse Bráulio paraguaio, na época um dos jogadores da defesa do Comercial.
A data de 12 de setembro de 1973 também está marcada na história do Esporte Clube Comercial. O Colorado, estreante na série A do Campeonato Brasileiro venceu o Santos, no estádio Pedro Pedrossian “Morenão”, pelo placar mínimo de 1 a 0. Um feito lembrado até hoje. Como ministro Extraordinário dos Esportes, Pelé foi até Campo Grande novamente na primeira edição dos Jogos Abertos Indígenas do Mato Grosso do Sul, no dia 26 de abril de 1995. A cerimônia ocorreu no parque de exposições Laucídio Coelho.
Boas Lembranças
Além de competições, a proximidade com o jogador sempre foi motivo de orgulho e saudade para os sul-mato-grossenses, como no caso do fotógrafo Roberto Higa, que lembrou da época quando registrou fotos do Pelé desembarcando no Aeroporto de Campo Grande antes de encarar o Comercial. “Havia muito expectativa na época, pois havia se passado apenas três anos da conquista da Copa do Mundo de 70”, conta o fotógrafo. O rei do futebol também marcou a vida de Francisco Gonçalves, 82, hoje morador do Bairro Coophatrabalho e que antigamente teve a oportunidade de jogar com o Pelé pela Seleção Brasileira do Exército em 1959. “Você não tem ideia o quanto Pelé apanhava em campo. Ele era um touro fisicamente, forte e muito rápido”, comenta ao lembrar da partida vencida pelo Brasil por 2 a 1.
No Memorial Esportivo da Praça Belmar Fidalgo, há registros de quando Pelé veio em Campo Grande. Matérias jornalísticas regionais com manchete de “Pelé e Cia. passam hoje em Campo Grande” e “Gente de Longe vem ver Pelé”, estão estampadas ao lado da réplica da camisa do Santos de número 10, de 1965, igual a que Pelé vestia. O grande responsável por estas visitações é Osvaldo Duque, o“Bolão”, que se orgulha especialmente da foto de seu pai Felipão, juiz que aparece em uma das fotos estampadas no memorial entregando um arco e flecha, como homenagem ao garoto Pelé. Além das fotos, o memorial transmite aos visitantes um vídeo com jogadores e comissão técnica mostrando como era o futebol regional na época.
Conteúdo retirado do O Estado.