Empresários pontuam que valores cobrados são menores que aqueles de compras sem o benefício
Com as datas para o início do ano letivo de 2023 já marcadas, escolas particulares de Campo Grande já disponibilizaram a lista de material escolar. Entregues para serem comprados os materiais nas papelarias da Capital, muitos dos colégios também apresentam a opção de uma taxa, que se paga junto a matrícula, minimiza o tempo dos pais de irem até uma papelaria para realizarem a compra. Ao jornal O Estado, proprietários de algumas papelarias da Capital relataram o impasse quem vêm observando ano após ano.
Relembrando os anos anteriores, os empresários alegaram uma queda nessa época do ano, quando o assunto é a lista escolar. “A volta às aulas, é como se fosse o nosso Natal para os demais comércios. É a época mais esperada do ano, quando recebemos uma grande demanda de lista escolar, compra de mochilas, e vários outros materiais”, disseram à reportagem.
Contestando sobre a cobrança da taxa, que muitos colégios oferecem aos pais no momento da matrícula, outro empresário do ramo afirmou que tudo é questão de diálogo e parceria, por parte das escolas particulares com eles.
“De certa forma, recebemos as demandas das escolas, que se cobram taxas, em outro momento procuram por nossas lojas para efetuarem as compras, contudo, a demanda e os valores são menores. Nem se compara quando a família vem até nosso comércio para comprar materiais para seus filhos, pois eles escolhem as marcas e o que melhor agradam a eles”, destacou.
Questionando sobre a fiscalização dessa ação, o grupo de empresários indagou sobre a quem compete fiscalizar as cobranças feitas por parte das escolas aos pais dos alunos.
“A opção da taxa de material escolar é vista como um benefício para os pais, contudo, tendo em vista essa comodidade, o preço cobrado por isso deveria ser maior, mas não é o que acontece. Contando o preço da lista de material que disponibilizam, e a taxa que por eles é cobrado, o valor é bem menor. Isso nos deixa com dúvidas, sobre se o que eles prometem para os pais, a lista completa, é realmente cumprida. Com isso tudo, nossa demanda diminui, e não alcançamos a meta que esperávamos para essas datas que mais vendemos”, conclui.
Fiscalização
A equipe de reportagem do jornal O Estado procurou a Procon/MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor), e questionada sobre a fiscalização das listas escolares e as taxas que são dadas como opção aos pais dos alunos matriculados em escolas particulares, o órgão relatou que a medida se trata de uma “comodidade” disponibilizada pelos colégios, mas que se aplicadas, devem seguir com as normas regulares.
“Fiscalização propriamente dita, ou seja, fiscais indo as escolas para fazer uma fiscalização da taxa aplicada e como é utilizada posteriormente, isso ainda não houve. Mas se trata de uma ‘comodidade’ aos pais que optam por comprar com os colégios. É permitido desde que seja também objeto do contrato social deles, sendo assim, além de prestação de ensino particular, é possível a venda de materiais”, afirmou.
Embora seja permitido, o órgão ainda destacou que cabe aos pais, ou até mesmo aos comerciantes, recorrerem da medida. “Todos que se sentirem prejudicados, por abuso das taxas ou demais situações, podem procurar pelo Procon, se tratando de escolas com autorização para a venda de materiais escolares ou não”, finalizou a nota.
Conteúdo retirado do O Estado.