De acordo com Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro (PL), a preocupação do setor agropecuário com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda é com a atuação do MST (Movimento Sem Terra).
A senadora eleita disse à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, que produtores temem novas ocupações de propriedades rurais durante a gestão petista.
Com relação ao funcionamento do ministério que comandava, Tereza Cristina avalia haver condições para a manutenção de um bom trabalho. Ele deve ser desmembrado em três com a separação do Ministério da Pesca e o Ministério da Agricultura Familiar.
Outro departamento que deve sair da Agricultura é o SFB (Serviço Florestal Brasileiro).
O órgão faz a gestão de florestas públicas e do CAR (Cadastro Ambiental Rural), instrumento pelo qual propriedades rurais declaram o quanto possuem de floresta preservada e pelo qual o governo verifica o cumprimento do Código Florestal.
Neste caso, avalia a ex-ministra, há receio de que a mudança possa interromper e atrasar os trabalhos já em andamento. Sem o CAR, não é possível fiscalizar o cumprimento do Código Florestal Brasileiro, muito menos solicitar as medidas de reparação daquelas propriedades fora do estabelecido pela legislação. Mais de 10 anos após a sanção do Código, estados e municípios ainda enfrentam dificuldades para fiscalizá-lo.
Tereza Cristina subiu à tribuna da Câmara nesta terça-feira (20) para despedir-se como deputada federal. No discurso, anunciou que será oposição ao governo Lula a partir do ano que vem, quando assume o mandato como senadora. “Meu papel será diferente, em oposição ao governo, mas nunca em oposição ao nosso povo. Lutando pela liberdade, pela democracia e contra atitudes arbitrárias de qualquer um dos poderes”, declarou.
Conteúdo retirado do O Estado.