Professores da Rede Municipal decretaram greve a partir de sexta-feira. Profissionais recusaram, por unanimidade, a proposta da prefeita Adriane Lopes
Nesta terça-feira (29), profissionais da educação pública da Rede Municipal de Ensino (REME) se reuniram para debater a proposta oferecida pela prefeita Adriane Lopes, que tenta amenizar a falta do reajuste salarial de 10,39%, previsto para esta quarta-feira (30).
A proposta oferecida pela prefeitura consiste em um adiantamento de 4,78% de dezembro, somado a R$ 400 de auxílio alimentação.
Durante a assembleia-geral, realizada no início da tarde desta terça-feira, os professores recusaram, por unanimidade, a proposta da prefeita, e votaram pela greve, que será realizada do dia 2 até o dia 9 de dezembro. Durante o período, algumas ações, como passeata, ida à câmara e “acampamento” na prefeitura, vão ser realizadas.
Lucílio Nobre, presidente do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), explica que, desde o dia 1º de novembro, o sindicato tenta uma resposta da prefeita sobre o cumprimento dos valores, que haviam sido acordados no início do ano.
“Na reunião que tivemos com ela, no dia 18, de manhã, ela não apresentou nenhuma resposta, nem dos 10,39% e nem dos 4,78% de dezembro. Saiu sem nada, de mãos vazias. Disse que às 15h eu poderia buscar a proposta na Prefeitura. Essa proposta saiu às 18 horas. Apresentamos na assembleia esse documento, que trazia os 4,78% de dezembro, mas não contemplava os 10,39%, que é o que temos que focar agora. Nós temos de cobrar”, ressaltou.
Lucílio Nobre também ressalta que o auxílio alimentação, oferecido pela prefeitura, representa um valor percentual baixo, e não contempla a todos. Logo, não supre a falta do reajuste.
“Primeiro, o auxílio alimentação significa 1,7%, em média. Segundo, o aposentado não leva isso em sua aposentadoria. Ao aceitar o auxílio alimentação, você exclui os aposentados e aposentadas”, destacou.
EFEITO CASCATA
O presidente do SISEM, o vereador Marcos Tabosa (PDT), confirmou na manhã desta sexta-feira (25), que o acordo de aumento salarial da categoria de agentes da Saúde e agende Comunitários de Endemias da Capital terão o aumento previsto de 4,78% e agora aguarda a confirmação dos demais benefícios como por exemplo os R$600 reais do bolsa alimentação do administrativo da educação que hoje recebem R$450 reais.
Dentre os pedidos que a categoria aguarda é sobre o pagamento de insalubridade previsto em Lei 11350 e ameaçam fazer uma manifestação caso a administração confirme que não receberão.
O valor do bolsa alimentação aguardado pelos servidores foi discutido em abril. Dentre os acordos em aberto que a categoria pleiteia é a negociação do aumento para os funcionários que estão em cursos de capacitação e os que recebem menos de um salário-mínimo.
“Desde outubro os vereadores aguardam o plano de cargos e carreiras para votarem e até o momento nada”, questionou o presidente e também vereador.
SEM CAIXA
A prefeita Adriane Lopes (Patriota), está enfrentado uma série de dificuldades em relação a manter o teto de gastos da prefeitura para que não responder por improbidade administrativa e cumprir os compromissos de aumento salarial previsto pelo ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD).