Empresa diz que melhoria do serviço passa pelo poder público e é preciso discutir o tema com seriedade
Com uma reunião marcada para prestar contas sobre o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) assinado junto ao Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE/MS), em 2020, o gerente executivo do Consórcio Guaicurus, Robson Strengari, afirmou que as melhorias previstas no Termo precisam de investimento do poder público para serem colocadas em prática.
Ao Correio do Estado, o gerente executivo salientou que, apesar de todo aporte financeiro vindo da Prefeitura de Campo Grande, do Governo de MS e, até mesmo da União por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional, que paga a gratuidade dos passageiros idosos, estes incentivos são apenas “remédios para manter o paciente dopado.”
Strengari ainda lembra que o auxílio, tanto municipal quanto governamental, devem acabar em dezembro deste ano, o que pode levar o sistema de transporte público a colapsar e pode até paralisar as operações.
“Sem subsídios quer seja a nível municipal, estadual, federal o transporte do Brasil todo está fadado a parar.” afirmou.
Strengari explicou que os problemas com o transporte público são pontos que precisam ser discutidos com tempo e com seriedade, além de envolver a prefeitura, a Câmara Municipal e a comunidade que depende do serviço.
O gerente executivo aponta que, apesar do acordo prever medidas para a melhoria na prestação de serviço, é preciso enxergar o que a prefeitura de Campo Grande tem feito em contrapartida para que o transporte público seja aperfeiçoado.
“O que pode ajudar o transporte coletivo é investimento em infraestrutura. Há poucos dias foi entregue o primeiro pedaço do corredor de transporte coletivo – na rua Brilhante, porém, os demais estão todos parados “, lembrou, colocando a responsabilidade mais uma vez no Executivo da Capital.
E completou: “Temos que ter corredores, faixas exclusivas, terminais e pontos de ônibus adequados ao cliente. O cliente hoje quer ganhar tempo, mas como podemos ganhar tempo se temos que concorrer com o transporte individual de igual para igual nas vias?”.
REUNIÃO
O gerente executivo explicou que na reunião marcada com a Escola Superior de Controle Externo do TCE/MS, no dia 08 de novembro, deverão ser apresentados os resultados das metas acordadas entre o Consórcio, a Agência Municipal de Transporte (Agetran), a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), bem como com a Prefeitura de Campo Grande no dia da assinatura do termo de ajustamento.
Outro ponto que será verificado na reunião do próximo dia 8 é a solicitação para que a empresa contrate um seguro para toda frota. Ao Correio do Estado, o gerente adianta que “não há condições financeiras para pagar o seguro”.
Strengari ainda afirma que a Agereg ainda estuda outras formas de pagar o transporte, sendo que o valor do seguro será incluído nos cálculos. De acordo com ele, é preciso que a tarifa seja calculada sem que todos os custos, incluindo as isenções, sejam arcados pelo passageiro pagante
O gerente diz que este método acaba por dar início a um ciclo vicioso, no qual a tarifa encarece, o passageiro passa a se locomover com condução própria, diminuindo o número de pagantes nos ônibus, o que leva a redução da receita do Consórcio e impede os investimentos de melhoria do sistema
SOCORRO FINANCEIRO
Atualmente, o Consórcio conta com ajuda financeira da União como forma de compensação para passageiros idosos que andam de ônibus de forma gratuita, o que dá o valor de R$ 14,7 milhões.
Já a prefeitura da Capital decidiu, na sexta-feira passada (21), aumentar o repasse para o Consórcio em 39.15% para atender a demanda das passagens dos servidores públicos municipais.
Assim, o valor do repasse sai de R$ 3.092,922,00 para R$ 4.303.812,00, um aumento de mais de R$ 1,2 milhão por mês, que deve perdurar até dezembro deste ano.
A empresa ainda recebe R$ 1,2 milhão por mês do governo do Estado, totalizando, com o reajuste do contrato dos servidores, mais de 6 milhões.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.