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Produtores de MS têm alta de 20% em índice de contratação de crédito

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(Divulgação)
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Produtores rurais de Mato Grosso do Sul tiveram aumento de 20,1% na capacidade de contratação de crédito por conta de uma ferramenta de qualificação de crédito. 

Segundo o Agro Score, produto de avaliação financeira da Serasa Experian, o uso da ferramenta por instituições financeiras beneficiaram agropecuaristas dos estados na contratação de melhores taxas de crédito.

Apesar de bons números, o Estado foi apenas o penúltimo colocado no ranking elaborado pela empresa. Os estados mais impactados foram Nordeste, Pernambuco e Sergipe, que conseguiram atingir 38,5% e 36% respectivamente.

De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, a ferramenta é uma forma de mostrar para as instituições financeiras que aquele produtor tem condições de pegar crédito rápido e tem boa capacidade de pagamento.

“O índice é relevante para o sistema financeiro, porque avalia risco de financiamento em crédito e o custeio do agro”, resume.

A alta só não foi maior no Estado por causa da grande força que o agronegócio tem por aqui, é o que diz Pimenta. “A percepção que temos é que a população de MS já tem uma capacidade muito estável, e com isso a faixa de score alta. Quando aplicamos as variáveis ao agro, elas melhoram o score, mas não na proporção de outras regiões”, comenta.

Pimenta acredita que regiões com pouca informação e menor desenvolvimento de terras agricultáveis, como é o caso de Pernambuco, tendem a apresentar melhores resultados.

FORMAÇÃO

O executivo explica que essas variáveis consideram a produção, as terras cultivadas, tipo de cultivo, comportamento, e problema de compliance. 

“[O Agro Score] entrega para o sistema financeiro uma fotografia do produtor e capacidade de pagamento dele, baseado em dados importantes para o agronegócio”.

O sistema funciona de forma similar ao que é o score individual da Serasa, em uma escala de 0 a 1.000. Como pessoa física, o score do produtor rural pode ter uma pontuação menor do que a que teria na classificação setorizada.

Diferente do que é disponibilizado à pessoa física, o produtor rural ainda não tem acesso à consulta do score dele.  

“No momento, nós calculamos para todos os produtores e disponibilizamos isso para o sistema financeiro. Nossa intenção é que revendas, fintechs, empresas de insumos, consultorias e fornecedores de produtos químicos, entre outras empresas do setor também utilizem para ampliar o acesso ao crédito rural”, revela.

No geral, o Agro Score fez crescer em até 46,2% a possibilidade de concessão de crédito aos produtores rurais que possuem o score acima de 500 pontos.

“Se com o modelo tradicional utilizado pelo mercado, cerca de 61,1% desses trabalhadores teriam acesso a um crédito de qualidade, a expertise do Agro Score foi capaz de aumentar esse porcentual para até 89,4%. Ou seja, para cada 1.000 produtores rurais, cerca de 611 estariam aptos ao crédito com o modelo comum de análise. Ao passo que, com o novo score específico para o agronegócio, esse número cresce para até 894”, explica Pimenta.  

INADIMPLÊNCIA

Na segunda edição do Estudo de Inadimplência do Produtor Rural da Serasa Experian revelou que 17% desses trabalhadores estavam com dívidas negativadas em março deste ano em MS. Em 2021, o índice era de 16,1%.

Segundo a Serasa Experian, essa taxa é muito abaixo da quantidade de dívidas negativadas na população adulta, o índice no Estado, na altura da pesquisa, estava em 44,2%.  

Os valores são muito baixos se comparado com o índice de endividamento das famílias. 

Nesta semana, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), referente a agosto, apontou que 190.678 famílias endividadas com cartões de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, carnês de lojas, financiamento de carro ou casa, isso somente em campo Grande.

Consultor e agrônomo Éverton Tiago Bortoloto, revela que existem casos de confisco da colheita para o pagamento de dívidas. “Não é comum, mas já vi situações em que o oficial de Justiça acompanha a colheita de ponta a ponta, vai na cabine com o operador, confere o total colhido, armazena em local adequado e tranca a produção para assegurar pagamento de dívidas”, relata.

Durante a pandemia, os produtores conseguiram se manter estáveis durante e após a pandemia. “Os ganhos dos produtores se mantiveram ou até cresceram em alguns casos, fazendo com que muitos conseguissem pagar as contas, mitigassem riscos e evitassem a inadimplência”, finaliza Marcelo Pimenta. 

SAIBA

Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), o volume de crédito rural utilizado em MS já atingiu R$ 4,7 bilhões nos meses de julho e agosto deste ano, número 49,9% maior se comparado ao mesmo período de 2021. 

A soja representa 81% do custeio da safra com insumos e colheita, o milho utiliza 15% do valor, os outros 4% são utilizados em culturas diversas.

Conteúdo retirado do Correio do Estado.