Mesmo com a crise hídrica que assolou a Região Sul e o sul de Mato Grosso do Sul no começo de 2022, e a quebra de produtividade dos agricultores que optaram pela cultura do milho na primeira safra, Mato Grosso do Sul deve ser um dos motores do recorde esperado para esta segunda safra 2021/ 2022.
Dados da consultoria StoneX, utilizados no relatório Mensal do Agro do Itaú BBA, apontam que a segunda safra pode chegar a uma produção total de 93 milhões de toneladas, “devido à melhora na produtividade no Mato Grosso do Sul e no rendimento médio do Mato Grosso. Como consequência, isso acarreta em um aumento do total da safra 2021/22 em 1,9% para 121,6 milhões de toneladas”, aponta o documento.
Se utilizarmos os órgãos oficiais como parâmetro, a alta na produção é ainda maior.
Para a safra 2021/22, a Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab) prevê uma produção total de 114,7 milhões de toneladas de milho, um aumento esperado de 31,7%, comparada à safra anterior, que resultou em 85,7 milhões de toneladas de milho. Com a estimativa da consultoria, o valor final da safra 2021/2022 poderá ficar 41,7% maior que o ciclo 2020/2021.
Duas vezes
Com Mato Grosso do Sul sendo um dos principais estados produtores de grãos no Brasil, a quebra da safra 2020/2021 por conta da forte seca e das geadas, derrubou a produtividade a menos de 50 sacas por hectare no último ciclo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), MS tem expectativa de colher 11,9 milhões de toneladas ao final desta segunda safra.
Essa estimativa é quase o dobro do que foi mensurado no último ano, quando o Estado colheu 6,5 milhões de toneladas, segundo dados do Boletim Casa Rural da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).
Com a perspectiva de manter os números e o ânimo no chão, a Associação de Produtores de Milho e Soja de MS (Aprosoja-MS), segue os dados mais acanhados.
No entanto, a empolgação que toma conta da maioria dos produtores não deixa de transparecer no discurso do presidente André Dobashi. No início da plantação da safrinha 2021/2022, o dirigente comentou com admiração sobre a saúde das plantas no Estado.
“O milho [desta safra foi] plantado e nasceu bem, em situação privilegiada. Ele aprofundou profundas as raízes em fevereiro e apresentou uma situação muito boa. Temos Milho de qualidade muito boa, plantado no final de janeiro e pegou início de estresse hídrico e com as chuvas de março ele vai deve ficar muito bonito”, comentou Dobashi sobre os estágios iniciais da produção deste ano.
Conforme a estimativa para o milho 2ª safra 2021/2022 da Casa Rural a área plantada é de 1,992 milhão de hectares, retração de 12,6% em relação a área da 2ª safra de 2020/2021. A produtividade estimada é de 78,13 sc/ha, gerando uma expectativa de produção de 9,34 milhões de toneladas.
Segundo o relatório, com base nas informações levantadas, na data de 12 de agosto, a área colhida de milho 2ª safra acompanhada pelo Projeto SIGA-MS alcançou 48,9%.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.