O Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado apreendeu nesta segunda-feira duas toneladas da droga em uma casa localizada no Jardim Bonança
Com oito meses incompletos, 2022 já tem o maior número de apreensões de maconha em Campo Grande nos últimos oito anos.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 68,2 toneladas da droga foram interceptadas entre janeiro e 15 de agosto na Capital, um aumento de 275,4% em relação às 17,6 toneladas apreendidas em todo o ano de 2015, início da série histórica.
A apreensão de maconha pelas forças de segurança em 2016 foi de 41 toneladas, um salto de 132,7% em relação a 2015. Em 2017 e 2018, a Capital manteve uma média de 37 e 38 toneladas, respectivamente, dos tabletes interceptados.
No período pré-pandemia de Covid-19, no ano de 2019, houve redução de 20,9% nas apreensões de maconha no município, com 29,7 toneladas recolhidas. Em 2020, o segundo maior índice da série histórica da Sejusp, foram registradas 56,8 toneladas da droga interceptadas pelas forças de segurança.
Em 2021, uma nova redução do número de apreensões foi registrada na Capital, com 47,9 toneladas de maconha tiradas do crime organizado.
NOVA ROTA
Além da região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai, Campo Grande tem se destacado como rota do tráfico de drogas. Ontem, policiais do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) apreenderam duas toneladas de maconha em uma casa localizada no Jardim Bonança.
De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, investigações apontaram que o local era usado como entreposto para o tráfico de drogas.
A titular do Dracco confirmou ainda que as substâncias vinham da fronteira e eram armazenadas no imóvel para, então, serem contabilizadas, separadas e embaladas em caixas de papelão.
Na casa, foram encontradas 17 caixas com tabletes de maconha. A carga foi avaliada em R$ 5,108 milhões. Em entrevista ao Correio do Estado em abril deste ano, o coronel e diretor do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), Wagner Ferreira da Silva, explicou que o aumento das apreensões de entorpecentes em Campo Grande e nas demais cidades de Mato Grosso do Sul se deve ao investimento no núcleo de inteligência das forças de segurança.
“A abertura de novas rotas e caminhos terrestres para o tráfico ampliou nossa capacidade de repressão, pois nos últimos quatro anos tivemos um investimento muito forte no núcleo de inteligência”, salientou o coronel.
INVESTIGAÇÃO
Além das duas toneladas de maconha, o Dracco apreendeu nesta segunda diversos petrechos usados para o tráfico, uma carabina calibre 22 e munições.
“Nós temos balança de precisão, petrechos para dissimulação de entorpecente dentro de veículos, vários materiais para embalagem e empacotamento dessa droga”, afirmou a delegada Ana Cláudia Medina.
Conforme apurado pelos policiais, a casa foi alugada há cerca de 30 dias. Os suspeitos não ficavam o dia todo no imóvel e não havia ninguém na casa no momento da operação.
Segundo Medina, pessoas frequentavam a casa, mas sempre havia movimentação de entrada e de saída. Dessa forma, ninguém foi preso até a publicação desta reportagem. Diligências seguem com o objetivo de identificar e prender os criminosos.
“Coletamos materiais biológicos para construção do DNA, estamos coletando possíveis digitais e amostras se for possível identificar”, disse a delegada sobre o trabalho de perícia feito na casa. O caso foi registrado como tráfico de drogas.
ESTADO
Dados da Sejusp apontam ainda que a apreensão de maconha dobrou em 2022 na Capital, considerando o recorte de janeiro a 15 de agosto. O salto de apreensões foi de 32,7 toneladas em 2021 para 68,2 toneladas neste ano, um crescimento de 108,5%.
Na contramão, a apreensão de maconha no restante de Mato Grosso do Sul sofreu queda de 37,6%. De janeiro a agosto de 2021, as forças de segurança do Estado interceptaram 536,4 toneladas de maconha, ao passo que, no mesmo período deste ano, foram apreendidas 334,5 toneladas da droga. (Colaborou Glaucea Vaccari)
Conteúdo retirado do Correio do Estado.