Levantamento da FipeZap mostra que o valor médio do metro quadrado chega a R$ 4,9 mil
Campo Grande teve a quinta maior valorização imobiliária entre as capitais do País neste ano, de acordo com o índice da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o FipeZap. O preço de venda dos imóveis valorizou-se 0,82% em julho, e no acumulado do ano a alta é de 6,94%, a 5ª maior.
O que mostra que a Capital é um mercado em ascensão e expansão, segundo especialistas do setor.
No mês passado, o índice registrou variação positiva de 0,52% na média nacional, mas em Campo Grande essa elevação chegou a 0,82%. Em termos de capitais pesquisadas, o resultado de julho representa o 9º maior índice do País.
A valorização foi uma resposta ao desempenho registrado em junho, com desvalorização de 0,56%. Em nível nacional, o índice FipeZap registrou crescimento de 0,47% no mês passado.
Nos dois últimos meses, os resultados ficaram acima das inflações do Índice Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi de 0,13%; e do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cujo resultado ficou em 0,21% em julho.
No desempenho do acumulado do ano, que conta de janeiro a julho, o índice nacional FipeZap sofreu uma valorização de 3,5%. O número fica abaixo da inflação do IPCA no período, que está em 5,62% e também do IGP-M, que agora está em 8,39%.
Em Campo Grande, o índice se encontra em 6,94% e é quinto maior do País em termos de valorização dos preços dos imóveis, ficando atrás de Goiânia (+12,95%), Vitória (+12,03%), Curitiba (+9,20%) e João Pessoa (+7,94%).
Já no resultado que compreende os últimos doze meses, o indicador ficou em 5,97%. A inflação do IPCA no período acumulado agora está em 10,97% e o IGP-M em 10,08%. Na Capital, o índice foi a 12,84%, é o sexto maior do País.
PECULIARIDADES
O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Creci-MS), Eli Rodrigues, explicou que o mercado imobiliário de Campo Grande tem peculiaridades em relação às demais capitais brasileiras. Para exemplificar, ele destacou o período da pandemia, que também culminou com as valorizações de 5,91% em 2020 e de 5,97% em 2021.
Para Rodrigues, a quinta maior valorização do preço do metro quadrado no Brasil em julho também pode ser explicada como o repasse dos aumentos dos insumos da construção civil.
“A valorização em Campo Grande foi de 0,82%, e a média nacional foi de 0,52%. Em compensação, no mês passado não houve esse repasse no nosso mercado a ponto de o preço do metro quadrado ter recuado 0,56% em Campo Grande diante de um avanço de 0,47% na média nacional. Isso mostra o quanto o mercado de Campo Grande tem características próprias”, destaca.
O presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Geraldo Paiva, destaca que os negócios imobiliários se aqueceram na pandemia e continuam em franca expansão.
Ele frisou que o mercado de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul continua aquecido, em decorrência da boa renda produzida pelas atividades agropecuárias e da expansão na produção de álcool e celulose.
A procura continua superior à oferta, segundo Paiva. Por isso, ele acredita que a pressão nos preços por materiais de construção acaba, também, inflacionando um pouco os produtos.
“A construção de grandes empresas continua no mesmo patamar, mas a construção de casas está bem acelerada. Com a pandemia, o mercado de casas se aqueceu acima das demais”, diz.
Para ele, uma das vantagens de Campo Grande é o custo de mão de obra, que é muito inferior aos estados vizinhos.
“A eficiência construtiva aliada ao metro quadrado de terreno inferior também contribuem para que o metro final residencial ou de serviço seja mais acessível à população local”, avalia Paiva.
Isso significa que, para investidores de aluguel, é muito mais vantajoso e rentável apostar no mercado sul-mato-grossense.
REGIÕES
O preço do metro quadrado oscila entre as regiões de Campo Grande. A mais valorizada é a região Prosa, cujo valor do metro quadrado é de R$ 6.575,00, com alta de 10,8% em doze meses – um número bem acima do valor de Campo Grande, que é de R$ 4.906,00.
A segunda região mais valorizada de Campo Grande é a do Centro, com o metro quadrado sendo comercializado a R$ 4.909,00 – alta de 14,8% em doze meses.
Na sequência, vem a região do Segredo, com o valor de R$ 3.997 o metro quadrado, o que dá uma valorização de 5,7%. Em seguida, vem a região do Lagoa, com R$ 3.442,00 o metro quadrado, com elevação do valor em 3,4%.
Depois, vem a região do Anhanduizinho, cujo metro quadrado está valendo R$ 2.863,00, com valorização de 6% em 12 meses. Por último, a região do Imbirussu, que está com o metro quadrado custando R$ 2.750,00, o que dá uma valorização de 11,1% em doze meses.
Em relação à discrepância dos preços por metro quadrado, na região Prosa, cujo valor destoa das demais, Paiva diz que se trata de bairros mais desejados para morar, assim como os próximos ao Parque das Nações Indígenas e os condomínios fechados. No entanto, ele esclarece que não há região que dite regras.
“Vi dois loteamentos fechados na região do Segredo com boas soluções de segurança. Nesta região estão começando a surgir prédios de menor altura. Vai sair um shopping perto da Moreninha. As saídas de Sidrolândia, Três Lagoas e Aquidauana também têm novos lançamentos. Cada um para atender o seu público-alvo”, analisa.
Rodrigues minimizou a questão destacando que é natural existir uma área mais valorizada do que outras. Entretanto, ele ressaltou que as outras regiões – que são menos onerosas para a compra de imóveis – acabam por representar muitos novos negócios.
Além disso, há uma maior disponibilidade de terrenos e áreas para a construção.
“O mercado imobiliário de Campo Grande vive um bom momento, e esse aquecimento vai continuar, tanto no alto padrão quanto no mais baixo”, informou.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.