As investigações seguem em andamento e terceiro suspeito ainda está foragido
Na tarde desta sexta-feira (29), Francis Flávio Freire, delegado da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF), prestou esclarecimentos sobre as investigações do assassinato da pecuarista Andreia Aquino Flores, de 38 anos, morta na última quinta-feira (28).
Segundo o delegado, a morte não está sendo investigada como um “susto”, conforme Lucimara havia afirmado. Andreia morreu por esganadura, motivo que o faz descartar a hipótese de que o suspeito – o cunhado da funcionária – não tinha intenção de matar a vítima. “Uma pessoa que comete esganadura não mata sem querer”, afirmou.
Lucimara, em seu depoimento à polícia, teria revelado envolvimento da irmã de Andreia, afirmando que ela ofereceu R$50 mil para que Lucimara fizesse com que sua patroa assinasse um documento que comprovasse uma quitação de dívidas.
O delegado informou que esta situação ainda está sendo investigada, e que a irmã da vítima ainda não foi autuada para prestar esclarecimentos, mas não descarta a possibilidade de ouvi-la na próxima semana.
O terceiro suspeito ainda está foragido, mas, segundo o delegado, está sem dinheiro e não tem como ter ido muito longe.
Até o momento, Lucimara Rosa Neves, de 43 anos, funcionária da vítima, e sua filha, Jéssica Neves Antunes, de 24 anos, estão presas e já prestaram depoimento assumindo o crime e entregando o terceiro suspeito, cunhado de Lucimara.
O crime
Segundo a polícia, o crime foi premeditado, realizado pela funcionária da vítima, sua filha e seu cunhado.
Contrariando a primeira versão contada para a polícia, as investigações confirmaram que as mulheres foram a um supermercado atacadista para encontrar com o terceiro criminoso. Não houve sequestro, já que o carro havia sido aberto por trava elétrica.
“A investigação evidenciou que, no estacionamento do supermercado, o veículo da vítima foi aberto por controle remoto pelas autoras J. e L. [mãe e filha] no momento em que finalizaram as compras, justamente para a entrada de apenas 01 (um) indivíduo no banco traseiro do automóvel”, diz trecho do boletim de ocorrência policial.
As câmeras do supermercado identificaram que não houve abordagem do terceiro sujeito.
De acordo com o B.O., no caminho para a casa da vítima, os criminosos compraram um simulacro de arma de fogo – posteriormente encontrado na bolsa da acusada.
“Para simular o roubo, durante o trajeto do supermercado e a residência da vítima, os autores L., J. e P. pararam para adquirir um simulacro de arma de fogo. Tal simulacro foi encontrado na bolsa de J. pelos policiais desta unidade policial. Também ficou esclarecido que os autores pretendiam obter uma importância aproximada de R$ 20.000,00, que deveria ser exigida da vítima mediante transferência bancária (PIX) no momento do assalto”.
Ao chegar na residência, o trio simulou um assalto. O cunhado, de 23 anos, foi o assaltante em questão. Segundo a funcionária acusada, o rapaz trancou ela e a filha em um cômodo, e em outro tentou forçar Andreia a fazer uma transferência de R$20 mil via PIX. Andreia teria reagido, e acabou sendo assassinada por asfixia.
De acordo com o boletim:
“A par de tal fato e, após entrevistas nesta Especializada, as autoras J. e L. acabaram revelando a verdadeira dinâmica do crime. Segundo a versão apurada, formalizada e ratificada pelos elementos de prova por ora colhidos, L. convidou o cunhado P., de 23 anos de idade, para simular um roubo contra vítima, todavia, ANDREIA tentou reagir e acabou sendo morta por ele, mediante asfixia mecânica (esganadura)”.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.