Principais casos envolvem explosões com álcool e escaldaduras
De acordo com a Santa Casa, os acidentes por queimaduras ultrapassaram mais de 1 mil casos desde 2019 em Mato Grosso do Sul. Segundo o hospital, até o momento são 127 acidentes em 2022 e média de 300 casos por ano.
Conforme o cirurgião plástico Felipe Resende, os acidentes por queimaduras (1.069 ao todo) atingem majoritariamente os adultos entre 20 e 40 anos. Segundo o chefe do serviço de cirurgia plástica da Santa Casa, os casos mais comuns atendidos pelo centro hospitalar são térmicos.
“As principais ocorrências são por queimaduras térmicas, por chama de fogo, ou através de algum líquido quente, popular escaldadura”. Conforme a Santa Casa, entre os principais acidentes envolvendo adultos jovens estão as explosões e acidentes com álcool.
Entre as crianças, as principais ocorrências envolvem escaldadura. “Escaldadura, nada mais é do que um líquido quente que escorre na criança, pode ser este por água do café, leite fervido e similares”, disse o cirurgião. De acordo com Resende, as principais regiões atingidas são as mãos e os membros superiores do tronco.
Histórico recente
Conforme o hospital, em 2019 foram registrados 328 acidentes por queimaduras, número ligeiramente reduzido para 305 casos no ano seguinte. Em 2021, o centro hospitalar atendeu 309 ocorrências desse tipo.
Capital
Em Campo Grande, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou ao Correio do Estado que são 562 ocorrências desde 2018, e média de cerca de 160 casos por ano dentro do período.
A secretária disse que realizou 169 atendimentos envolvendo queimaduras em 2018 e outras 112 ocorrências do mesmo tipo em 2019. Segundo a secretaria, em 2020 foram 131 ocorrências resultantes de queimaduras, todas atendidas pelo Sistema de Atendimento Médico de Urgência (SAMU).
Conforme a pasta, 41 acidentes domésticos por queimaduras foram atendidos pelo Samu neste ano.
Pesquisa
O número de crianças internadas por acidentes domésticos aumentou 70% entre janeiro e outubro de 2020, primeiro ano de pandemia, em Mato Grosso do Sul, na comparação com o mesmo período de 2019.
Os dados preliminares do estudo ” Acidentes na infância e hospitalização infantil devido o isolamento social por Covid-19″, realizado por pesquisadores do Instituto Integrado de Saúde (Inisa) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) foram Divulgados há um mês.
Levantamento foi realizado junto a três hospitais de Campo Grande e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde.
Conforme os dados preliminares, em 2019, 85 crianças foram internadas devido a acidentes domésticos. Já em 2020, o número saltou para 146, aumento de 71,76% nas buscas por atendimento.
Conforme a coordenadora da pesquisa, professora Maria Angélica Marcheti, as principais ocorrências registradas são queimaduras, lesões nos olhos, cortes, fraturas e traumas em geral.
Prevenção
“Entre as principais medidas de prevenção estão não utilizar álcool líquido para nada, não acender churrasqueira, não fazer bife na chapa, nada do tipo, e afastar as crianças da cozinha”, disse o Resende.
Segundo o cirurgião, evitar que crianças circulem pela cozinha em meio a qualquer atividade com fogo, bem como se afastar de atividades que envolvam produtos quentes, queimaduras, choques elétricos entre outras ocorrências, podem evitar novos casos.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.
