Ainda no fim da tarde de sábado, Ricardo Moon se apresentou na sede do Garras
Ainda no fim da tarde de sábado (23), por volta de 17h, o Policial Rodoviário Federal, Ricardo Hyun Su Moon, se entregou à Polícia Civil, na sede da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras).
Como apontou o Correio do Estado, ele tinha um mandado de prisão expedido – ainda na sexta-feira (22) -, para o cumprimento da pena de 23 anos e 4 meses de prisão, por matar o empresário Adriano Correa Nascimento.
Além disso, somou contra ele a tentativa de homicídio contra Vinicius Ortiz e Agnaldo Spinosa da Silva, que estavam no veículo com a vítima no dia do crime, ocorrido em 2016.
Segundo o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, foi pedida a prisão pelos diversos recursos “nitidamente protelatórios” que Moon e sua defesa usaram para evitar a prisão.
Eles assim fizeram porquê, como essa sentença proferida é de primeiro grau, Ricardo Moon até poderia aguardar julgamento de recursos nos tribunais superiores em liberdade.
Crime
Próximo ao Horto Florestal, a Avenida Ernesto Geisel foi, segundo a denúncia, cenário do crime ocorrido em 31 de dezembro de 2016, quando Ricardo Moon ia para seu trabalho, na região de Corumbá.
Na ocasião, Adriano Correia, proprietário de um restaurante na Capital, estando na avenida em uma Toyota Hilux com outras duas pessoas, teria feito uma conversão à direita, quase colidindo com o veículo de Moon.
O policial teria descido do veículo e abordado o empresário e dois acompanhantes já na posse de sua arma, uma pistola, dizendo que era policial.
As vítimas teriam chegado a descer do carro e solicitado que Moon mostrasse sua identificação, visto que ele não estava fardado (somente com uma aparente calça de uniforme).
Diante da recusa do policial, teriam retornado ao veículo. Adriano teria ligado a caminhonete, iniciando manobra para desviar do carro do acusado, que estaria impedindo sua passagem.
Quando o empresário iniciou o deslocamento, o policial teria efetuado disparos contra as vítimas.
Após os tiros, o veículo de Adriano prosseguiu por alguns metros e chocou-se num poste de iluminação. Ele morreu no local; outro rapaz saltou do carro e teve fraturas; e um terceiro foi atingido por disparos, mas foi socorrido e sobreviveu.
O policial rodoviário federal foi condenado a 23 anos e 4 meses de prisão, acusado de matar o empresário Adriano Correa Nascimento, e tentativa de homicídio de outras duas pessoas, em julgamento que ocorreu no dia 30 de maio de 2019.
Juíza Denize de Barros Dodero fixou a pena em 14 anos por homicídio doloso qualificado pelo motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima e a 4 anos e oito meses para cada uma das tentativas de homicídio qualificado pelo motivo fútil e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
A defesa tentou vários recursos, entre eles, habeas corpus no Supremo sob argumento de que o caso deveria ser julgado na esfera federal, que foi negado pela Corte.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.