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Classe artística planeja manifestação contra o projeto do Parque Digital

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O manifesto “O Armazém Cultural é da Cultura!” foi informado em documento entregue a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo(Sectur)

Contrários a implementação do projeto do Parque Digital no espaço onde hoje é o Armazém Cultural, a classe artística de Campo Grande planeja realizar um manifesto em forma de sarau, em frente ao local,  nesta quarta-feira(20), a partir das 18h00.  

O ato pacífico foi informado em documento assinado pelo artista e comunicador Tero Queiroz, de 25 anos, e encaminhado para a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo(Sectur).

No texto é solicitado para a secretaria a liberação para ocupação parcial da Avenida Calógeras, na altura do nº 3065, o uso de energia elétrica e das dependências do Armazém Cultural para realização de ato manifesto em formato de ‘Sarau Cultural’.

O documento ainda declara que a manifestação tem como objetivo “expor aos transeuntes e a quaisquer populares campo-grandenses que interessem saber que aquele ponto, conhecido pela sua grande movimentação cultural, está sendo negociado para abrigar o Parque Digital sem que os usuários principais do prédio apoiem essa medida”.

Correio do Estado entrou em contato com a Sectur pedindo um posicionamento da secretaria sobre este pedido feito pelos artistas, em resposta nos foi informado que a “Secretaria Municipal de Cultura e Turismo foi apenas comunicada sobre o manifesto, que será realizado na rua, em frente ao Armazém Cultural”. 

Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (13), durante a programação dos 100 dias de gestão da Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriotas), a Chefe do Executivo, afirmou que as equipes da prefeitura seguem trabalhando no projeto, apesar de todo polêmica envolvida. 

“Nós estamos na fase de projeto, mas a gente pretende lançar o quanto antes, em tempo recorde”, declarou Adriane.

Segundo Lucimar Maldonado, presidente da Associação de Produtores de Artesanato e Artistas Populares de Mato Grosso do Sul (Proart), a classe artística defende que construção do Parque Tecnológico não seja no Armazém Cultural, mas de forma alguma são contra a implementação do projeto na cidade. 

“O problema não é a criação e sim onde eles querem instalar. A cultura não é contra o Parque, mas sim que seja montado no Armazém Cultural porque é o único espaço público para nossos movimentos culturais”, disse. 

E acrescentou: “O armazém nunca deixou de ser utilizado pela cultura, até mesmo na pandemia. Se perdermos o Armazém não teremos espaço para tamanhas manifestações”.

Audiência Pública

Durante a audiência pública realizada no dia 15 de junho para discutir o impasse, na Câmara Municipal, os artistas que estiveram presentes garantiram que não são contra o projeto, mas que não querem perder o único espaço público para apresentações disponível na Capital. 

A subsecretaria de Gestão e Planejamento Estratégico, Catiana Sabadin, durante sua fala garantiu que a implantação do Parque no local não o tiraria da classe artística, que teria um espaço garantido tanto no Armazém quanto na Rotunda, que também faz parte do Complexo Ferroviário e será contemplada pela revitalização orçada em R$ 90 milhões. 

“O projeto é uma forma de ativar o uso do espaço, mas não exclui o artista , não exclui a cultura”, disse. 

Catiana ainda prometeu que a implantação do Parque Tecnológico ainda irá ajudar a classe artística. Por exemplo, a instalação de uma impressora 3D que ajudaria a imprimir peças a serem comercializadas e a construção de um estúdio para músicos regionais que desejassem realizar gravações. 

Uma segunda audiência pública foi organizada junto com representantes do Poder Executivo in loco no Armazém Cultural, no dia 24 de junho, para que a subsecretária Catiana Sabadin pudesse explicar mais detalhes do projeto aos artistas .

Neste segundo encontro o secretário da Sidagro, Adelaido Vila e a secretária Catiana Sabadin defenderam novamente que o local é o ideal para implementação do Parque. 

Projeto

Orçado em R$ 90 milhões, o Parque Tecnológico e de Inovação tem a proposta de instalar um complexo de desenvolvimento e fomento à ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo, integrando o setor produtivo, a pesquisa de universidades e o Governo. 

Além do Armazém Cultural, a instalação do parque ainda prevê empreendimentos na Rotunda e em mais dois imóveis localizados na Esplanada. 

O complexo terá sete prédios divididos em Museu Imaginativo, Estação Digital, e o Complexo da Rotunda. Os espaços irão ter espaço convívio social, de lazer, além de quatro Hubs de Inovação em bairros distintos.