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Acusado de abusar de crianças pode ter feito mais vítimas em Rio Negro, diz polícia

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Primeiro abuso foi reportado em 2017 e teria sido cometido contra uma criança de 03 anos

O auxiliar de pintor acusado de abusar sexualmente de pelo menos cinco crianças, em Rio Negro, pode ter feito mais vítimas que ainda não procuraram a polícia. De acordo com o delegado titular da cidade e responsável pelo caso, Gabriel Cardoso, é possível que outras crianças e adolescentes tenham sido estupradas pelo investigado, já que ele tinha livre acesso aos menores de idade do bairro onde morava. 

Em coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (19), o delegado informou que o acusado segue preso na delegacia e a Justiça espera por uma vaga para transferi-lo para um presídio para que ele cumpra a prisão preventiva. 

Ainda de acordo com o exposto pelo delegado, a prisão foi feita em flagrante, no dia 14 de julho, com a ajuda do Departamento de Inteligência da Polícia (DIP), que precisou monitorar a casa do acusado para conseguir uma prova irrefutável dos abusos. 

Cardoso explicou que essa medida foi tomada após a polícia ter suspeitas de que os depoimentos das crianças que seriam vítimas do acusado foram corrompidos pela relação que elas mantinham com o investigado.

“O depoimento de uma criança pode ser facilmente deturpado, sendo que pode ser controlada a narrativa. Além disso, existia uma resistência das mães em falar sobre o assunto e sempre negavam que algo do tipo pudesse estar acontecendo com seus filhos”, aponta. 

As investigações mostraram que as crianças vivem em um bairro pobre de Rio Negro e o acusado se aproveitava da situação de vulnerabilidade social das vítimas para estabelecer uma relação de confiança, oferecendo doces, dinheiro e objetos de valor como celulares para que, depois, ele abusasse delas. 

Ainda conforme a polícia, a primeira denúncia foi feita em 2017, quando uma mãe alegou que o acusado teria abusado de sua filha de 03 anos durante uma confraternização e, desde então, a polícia passou a investigá-lo. 

Cardoso ainda explica que todo o processo até chegar na prisão em flagrante foi demorado justamente porque ainda não haviam provas suficientes para acusar o auxiliar de pintor pelos crimes, já que a escuta especial das vítimas gerou informações contraditórias e as mães alegavam que nada teria acontecido. 

Dessa forma, foi preciso ter um trabalho integrado com a inteligência para que no dia 13 de julho fosse feito o flagrante. O investigado foi preso quando a polícia constatou, menos de 24 horas depois de começar o monitoramento da residência, que ele estava abusando de duas crianças de 11 anos.

Além das duas crianças de 11 anos e a de 3 anos, também foram registrados abusos contra duas crianças de 6 e 9 anos. 

Embora o acusado já esteja preso, as investigações continuam para verificar se existem mais vítimas que ainda não procuraram a polícia para denunciá-lo e, também, se os pais podem ser responsabilizados pelo crime de exploração sexual, já que há indícios de que eles teriam sido coniventes com os abusos. 

Caso condenado, o auxiliar de pintor pode cumprir pena de 8 a 15 anos de prisão. Conteúdo retirado do Correio do Estado.