De acordo com o supervisor da pesquisa feita pelo IBGE, Bernardo Viscardi, o aumento dos abates foi influenciado pelas fêmeas
Pesquisa Trimestral do Abate de Animais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o abate de gado cresceu e alcançou 6,96 milhões de cabeças no país, após dois anos de queda.
No primeiro trimestre deste ano foram 361,75 mil cabeças de bovinos abatidas a mais se comparado ao mesmo período de 2021. Entre os estados Mato Grosso lidera o ranking com 16,1% de participação, seguido por Mato Grosso do Sul 11,3% e São Paulo 11%.
O aumento é de 5,5%, frente ao 1º trimestre de 2021, ficando estável se comparado ao 4º trimestre do ano passado.
De acordo com o supervisor da pesquisa feita pelo IBGE, Bernardo Viscardi, o aumento dos abates foi influenciado pelas fêmeas. Antes, elas eram poupadas devido a produção de bezerros que estavam sobre valorização no mercado.
“Além disso, houve recorde de exportação de carne bovina para um 1º trimestre”, explica Viscardi.
Suínos
O abate de suínos também atingiu o recorde de 13,64 milhões de cabeças no 1º trimestre. O aumento representa um crescimento de 7,2% em relação ao mesmo período de 2021, ou seja, 920,43 mil cabeças de suínos a mais abatidas. Elevação de 1,5% se comparado com o 4° trimestre do ano passado.
Viscardi explicou que no caso dos suínos, “houve uma queda nas exportações em comparação com o mesmo período do ano passado, o que aumentou a oferta no mercado interno”.
“O aumento da oferta num cenário de demanda enfraquecida por conta do menor poder aquisitivo das famílias contribuiu para a queda nos preços pagos ao produtor na comparação anual”, emendou Viscardi.
Frangos
Já o abate de frango atingiu o segundo melhor 1º trimestre da série iniciada em 1997, com 1,55 bilhão de cabeças. O cenário evidencia queda de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado com 27,25 milhões de cabeças de frangos a menos e retração de 0,2% se comparado ao 4° trimestre de 2021.
Por meio de nota á imprensa, o pesquisador do IBGE relatou que a queda é uma questão de regulação da cadeia de produção do frango. Como o ciclo de produção do frango é curto, cerca de 45 dias, é possível ajustar a oferta à demanda com mais agilidade.
“O setor segue com a demanda aquecida por conta da acessibilidade da proteína e das exportações em alta, mas o aumento de custos inibiu a expansão da atividade”, justificou Viscardi.
Ovos
A produção de ovos de galinha foi de 977,20 milhões de dúzias, 2,0% menor se comparado ao 1º trimestre de 2021 e 2,5% inferior ao 4º trimestre do ano passado.
“Houve aumento de custos e a cadeia vem reduzindo a produção por conta da dificuldade no repasse ao consumidor final”, contou Viscardi.
Leite
O Instituto divulgou a Pesquisa Trimestral do Leite, contendo o preço médio do litro de leite cru pago ao produtor. Nos três primeiros meses de 2022, o valor chegou a R$ 2,14. Em 2021, foi de R$ 1,90. Já no ano de 2020 era pago R$ 1,38 e em 2019, R$ 1,36.
De acordo com o estudo, no primeiro trimestre de 2022 foram adquiridos 5,90 bilhões de litros de leite. A redução foi de 10,3%, ou seja, 678,01 milhões de litros de leite a menos captados em comparação com o mesmo período de 2021.
Conteúdo retirado do Correio do Estado.