Acusações de maus-tratos contra alunos de três e quatro anos foram encaminhadas à justiça
O processo que ouviu mães e alunos de uma escola particular de Campo Grande sobre possíveis abusos sexuais e maus-tratos por parte de uma professora do centro educacional inocentou a acusada hoje (9).
Em coletiva na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), a delegada do caso, Fernanda Felix Mendes, inocentou a professora das acusações de violência sexual. Os casos envolvem crianças com idades entre 3 e 4 anos.
Os casos analisados foram registrados entre junho de 2021, notificados em maio deste ano. Segundo Félix, a partir da denúncia, outros três casos envolvendo emeis relataram casos similares. A professora de 39 anos não obteve o nome divulgado.
“Além do caso denunciado, outros quatro estupros de vulnerável, também envolvendo maus tratos foram relatados”, disse a delegada.
Segundo ela, foram mobilizadas duas frentes de investigação e foram analisados 15 dias de filmagem do banheiro da escola, estas feitas por um policial, que segundo ela, “analisou as filmagens minuto a minuto”, além de avaliar documentos.
De acordo com os responsáveis pelo caso, as imagens analisadas foram apenas do banheiro masculino, e que as imagens do banheiro feminino não foram acessadas em razão de uma falha que impossibilitou a identificação das filmagens.
Após análise, segundo a delegada, não foram identificados nenhum ato anormal da professora investigada e nem das auxiliares. “O que nós temos comprovado é uma rispidez no trato da criança em 2021, hoje ela tem quatro anos.
Na ocasião, a professora sentou a criança na cadeira e puxou o cabelo dela, e isso foi confirmado pela mesma em depoimento especial.
Em meio às investigações, foram apreendidos celulares, notebooks, além de uma varredura nos arquivos, realizada pela inteligência da delegacia, que nada constatou contra a professora. Ela e seu marido tiveram os pertences avaliados pela polícia.
Conforme os oficiais, as crianças foram ouvidas e nada foi constatado em relação aos abusos “ficando somente os relatos das mães”.
“As mães ouviram os relatos dos filhos, e essa não é a forma correta de abordagem, porque nós levamos em conta o depoimento especial da criança. A forma como a mãe ouviu o filho, em dois casos, elas filmaram .. não sabemos se a criança foi induzida ou não em relação ao depoimento da mãe para o indiciamento da acusada”, disse.
Em contato com uma psicóloga, as crianças foram ouvidas. “Trouxeram as crianças aqui, e elas não confirmaram em depoimento especial o relato das mães”.
Segundo ela, a análise da psicóloga se deu por meio de áudio e vídeo, e as conclusões das análises, são válidas como provas, uma vez que o método utilizado “não sugestiona a criança a orientar o que ouve e fala naturalmente sobre”.
“A gente leva muito em consideração o depoimento especial. A professora envolvida no caso foi afastada da escola desde o início das investigações, medida adotada exclusivamente pela escola. “Além do material, analisamos redes sociais , dela e do marido, e nenhum vídeo ou mídia conexa ao fato foi constatado”, disse a delegada do caso.
Conforme o advogado da escola, Bruno Resina, o centro educacional não concorda com os fatos relatados e decidiu afastar a professora de suas atividades de forma a esclarecer os fatos.
“Ate aqui não temos materialização do crime e isso nos tranquiliza porque não só em relação a professora, e também às próprias crianças que podemos confirmar que não sofreram abusos e maus tratos na instituição”, relatou.
“Em relação aos maus tratos, o procedimento é outro. Por ser considerado de menor potencial … será analisado pela justiça e então distribuído para o promotor, podendo ele, inclusive arquivar o processo diante das provas coletadas aqui”, complementou. Conteúdo retirado do Correio do Estado.