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Vacinas em Spray: Saiba tudo sobre a nova versão do imunizante contra Covid-19

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Close-up of man hand with a bottle of medication for runny nose during grippe on dark background. Treatment colds via a nasal spray.
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Segundo especialistas, vacina em spray pode proteger contra novas variantes do vírus em “fórmula universal”

Cientistas brasileiros já pesquisam o chamado “segunda geração de vacinas” ou a conhecida “vacina em spray nasal”. A versão é uma alternativa futura à injeção intramuscular aplicada desde o início da imunização contra Covid-19, em todo mundo. 

A segunda versão da vacina pode chegar ao mercado brasileiro entre 2022 a 2023 e está sendo desenvolvidas pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O novo imunizante promete ser de baixo custo, proteger contra variantes e bloquear o novo vírus ainda no nariz. 

A ideia do uso da vacina em forma de spray, aplicado diretamente no nariz, para combater o Coronavírus se justifica pelo fato da entrada do vírus acontecer pela mucosa nasal. 

Caso as pesquisas se mostrem efetivas, será possível impedir que o agente infeccioso se instale no organismo.

Em entrevista ao jornal da USP, o pesquisador e coordenador do estudo, Jorge Kalil Filho, do Instituto do Coração (Incor), explicou sobre a pesquisa que desenvolve sobre a vacina em spray.

O estudioso revela que ao contrário das vacinas intramusculares, a vacina nasal pode fortalecer muito mais o sistema imune no nariz, o que impede que o vírus penetre. 

“As vacinas de injeção intramuscular produzem muitos anticorpos circulantes, que previnem contra os sintomas e o desenvolvimento da doença, mas nem sempre produzem a quantidade desejada de IgA secretório, anticorpo presente nas secreções, mais presentes nas mucosas, como no nariz e na boca. 

Se você fortalecer bastante o sistema imune ali, o vírus não penetra no organismo e não dá nem infecção nem doença”, pontuou.

Jorge Kalil, também  professor da Faculdade de Medicina da USP, acredita que a versão em spray da vacina seja a resposta para a mutação do vírus e a forma de acabar com a pandemia. 

“Fizemos a vacina de tal forma que nós podemos alterar a vacina de acordo com as variantes mais importantes que estejam circulando. 

Assim, eu posso tirar uma pecinha e colocar a outra pecinha e o resto ficar igual”, acrescentou.

Foram estudadas mais de 202 pessoas que tiveram a doença, para selecionar fragmentos que, teoricamente, induzem uma boa resposta celular. 

De acordo com o pesquisador, o imunizante deve incluir fragmentos que são capazes de matar a célula infectada.

Mercado brasileiro

Jorge Kalil Filho ressaltou a dificuldade no país em transformar a descoberta científica em produto. 

“O Brasil já fez grandes descobertas e fez pouquíssimos produtos, porque ainda não existe uma boa comunicação entre o que nós fazemos na Universidade com a ciência e o que é industrializado depois. evidenciou”.

Conforme o professor o Brasil não cumpre a etapa de industrialização das vacinas e as empresas do exterior estão sobrecarregadas com a demanda global. 

Fase da pesquisa

O Incor aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) para iniciar os testes em humanos.

Ainda não é possível saber quando as vacinas em spray estarão disponíveis ao público. O médico destacou que a aplicação só será viável quando o país vencer a barreira e industrializar o imunizante. 

Reforço

A segunda versão da vacina contra a Covid-19 pode funcionar como um reforço para as doses já existentes e aplicadas por via intramuscular.

Outros testes

Em fevereiro de 2022,  um estudo publicado na revista científica EBioMedicine, pormembros da Universidade de Hong Kong, divulgaram os resultados de um estudo pré-clínico sobre um imunizante em potencial. De acordo com os estudos, a substância ativa o sistema de defesa na mucosa nasal, um ponto fraco das injeções intramusculares, segundo autores do estudo.

“Os imunizantes de primeira geração possuem uma incapacidade de “bloquear” o Coronavírus no local primário da infecção, ou seja, as mucosas do nariz.”

Em testes feitos em camundongos, a vacina nasal conseguiu aumentar a atividade de anticorpos em todo o sistema respiratório.

Quando os animais foram expostos ao vírus, nenhum daqueles que passou pela estratégia de imunização nasal apresentou quantidade detectável do Coronavírus nas vias respiratórias.

Entretanto,  os que receberam duas injeções intramusculares ou duas vacinas intranasais continham o vírus. A pesquisa avança para os testes em humanos.