Pesquisa foi realizada pelo Instituto Ranking
Em meio à crise com os bolsonaristas e o desgaste por apoiar a candidatura do tucano Eduardo Riedel, a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP), do Centrão, caiu pelo terceiro mês consecutivo na pesquisa, mas ainda lidera a disputa pelo Senado em Mato Grosso do Sul. Três candidatos estão tecnicamente empatados na disputa pelo segundo lugar, com ligeira vantagem do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PSD), segundo o Instituto Ranking Brasil.
A pesquisa foi realizada com 3 mil eleitores entre os dias 31 de maio e 4 deste mês, com margem de erro de 1,8% para mais ou menos e registrada na Justiça Eleitoral com os números BR-06808/2022 e MS-09658/2022. Os números mostram que a disputa vai ser competitiva e deverá reservar surpresas até outubro.
O professor universitário e advogado Tiago Botelho (PT), apontado como o candidato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, triplicou a intenção de voto, mas permanece na lanterna da disputa. Ele vem tentando se contrapor a ex-ministra, a quem acusa de defender o desmatamento, não defender a preservação do Pantanal e ser a favor do agrotóxico.
Conforme o Ranking, Tereza tem 23,20% e lidera isolada a pesquisa, seguida pelo juiz Odilon com 13,40%, pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), com 11,30%, pelo procurador de Justiça Sérgio Harfouche (Avante) com 9%, pelo ex-ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), 4%, pelo empresário Jeferson Bezerra (Agir 35) com 1,60%, Tiago Botelho com 1,30%, por Wilson Joaquim com 0,60%, pelo publicitário Henrique Medeiros (PV) com 0,20% e por Adonis Marcos 0,10%. Indecisos, nulos e brancos somam 35,30%.
A queda de Tereza chega a 15 pontos percentuais em três meses. A ex-ministra de Jair Bolsonaro (PL) tinha 38,70% em abril, caiu para 28,7% no mês passado e agora oscilou mais um pouco para baixo, chegando a 23,2%. A queda ocorreu com a inclusão de mais candidatos no levantamento.
No entanto, a deputada vem sendo bombardeada pelos bolsonaristas por trocar o deputado estadual Capitão Contar (PRTB), que ganhou notoriedade por ser fiel ao presidente, pelo candidato de Reinaldo Azambuja (PSDB). A ex-ministra também é acusada de ignorar o verde e amarelo no material de campanha. Ela optou pelo azul, uma cor ligada ao PSDB.
A crise ficou mais evidente durante reunião dos deputados federais bolsonaristas com eleitores na Câmara Municipal. A deputada federal Carla Zambelli (PL) bateu boca com eleitores ao defender a ex-ministra e o candidato do PSDB.
Odilon vinha subindo, mas ficou estável neste mês. Mandetta não tem o apoio da cúpula do União Brasil para disputar o Senado e também ficou estável em 11%. Já Harfouche, que deverá ter o nome homologado pelo partido de Rose Modesto, subiu um pouco, de 8,2% para 9%.
Marun foi incluído pela primeira vez e teve 4%, menos do que o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa (MDB), que chegou a 6,1% no mês passado. O instituto não testou outro cenário para o Senado.
Ainda longe dos líderes, o advogado Tiago Botelho passou de 0,4% em maio para 1,60% neste mês. Ele começou a fazer a campanha em abril e aposta no apoio de Lula para polarizar com os candidatos bolsonaristas, como Tereza e Harfouche.
Tereza também caiu na espontânea, de 15,60% para 14%, enquanto Odilon passou de 5,4% para 8,5%. Rose foi citada por 8,2%, seguida por Mandetta com 5,60%, Harfouche com 4,30%, Marun por 2%, Jeferson por 0,70% e Botelho por 0,40%.
O ex-ministro da Saúde assumiu a ponta entre os mais rejeitados, com 12%, seguido por Odilon com 9,3%, Tereza com 8,90% e Marun por 5,5%. A briga com Bolsonaro continua rendendo o desgaste de Mandetta em Mato Grosso do Sul.
A eleição para o Senado é a mais indefinida no momento. O PP vai com Tereza, que faz dobradinha com o candidato do PSDB, Eduardo Riedel. Juiz Odilon vai com Marquinhos Trad (PSD) em chapa pura até o momento.
O MDB ainda vai decidir entre Marun e Waldeli para compor o candidato a senador do ex-governador André Puccinelli (MDB). O União Brasil ainda vai precisar decidir entre Mandetta e Harfouche.
O PT deve apostar em Botelho, mas a federação também conta com o publicitário Henrique Medeiros, do PV.