Produtor deve ser beneficiado pelo corredor rodoviário, mas também estar atento ao solo e o tempo
Aos poucos a sociedade limpa os “estragos” causados pelos primeiros dois anos da pandemia da Covid-19 e, apesar de certos resultados positivos, várias são as frentes de trabalho na tarefa de empurrar o setor do agronegócio pelos próximos anos, que vão desde o trato com intempéries climáticas até o andamento de obras importantes, como a finalização da Rota Bioceânica.
Gerente comercial da Cooperativa Sul-Mato-Grossense (Copasul), em entrevista ao Correio do Estado, Rafael Cristiano Dolenkei explicou a atual situação com foco na exportação, dizendo ser possível avançar usando áreas deegradadas, que podem se tornar produtivas, sem que seja necessária a queda de uma árvore sequer.
“Área que o cara usa pastagem há cerca de 30 anos e, você fazendo um manejo de solo, elas tem potencial de serem produtivas. A gente é especialista nisso e tem uma cooperativa que atua na área de transição de clima”, comenta.
Quanto ao fato das intempéries do tempo, ele explica que é necessário sempre levar em conta a diversidade climática de Mato Grosso do Sul, onde as geadas e o inverno de Naviraí, são opostos do clima de São Gabriel do Oeste.
“Então a gente desenvolve hoje, no mundo concreto, projetos de construção de solos, para que nosso produtor consiga superar intempéries climáticas entre 20 e 30 dias”, diz o gerente comercial.
Rafael acredita ainda que, com a oferta de área disponível, a produtividade de Mato Grosso do Sul tende a aumentar, mas ainda encontra pelo caminhos alguns percalços, em trabalho para serem resolvidos.
“Na pandemia a gente teve uma desaceleração de produção muito grande, onde foi ofertado menos produtos e o consumidor – que teve que se proteger nesse período – teve acesso à um dinheiro, que era necessário, e se incentivou o consumo”, afirma Rafael.
Ele frisa que consumo e produção foram em direções opostas e, diante disso, agora o país enfrenta as consequências. “O cara tinha que comer foi para o mercado. Então a população comeu o que a gente tinha de estoque de arroz, feijão, de óleo, carne… e ele não pode fugir de comer”, diz.
facilitação da bioceânica
Conforme o especialista, hoje, em qualquer país a aduana é um grande limitador de tempo, que tem reflexo direto sobre a exportação.
“Quando você vai entrar numa indústria, um caminhão do momento da entrada dele pela cancela da balança, até o momento da saída, ele não pode levar mais que cinco minutos e, hoje, um processo aduaneiro dura em média umas 15 semanas, ele é proibitivo .
Segundo ele, o caminhão possui um custo muito caro para ficar parado, ou mesmo perder qualquer tempo de tráfego por conta da já conhecida burocracia.
Ainda que seja o de custo mais caro, a combinação dos modais rodoviário e hidroviário, compensa o custo da não adoção da ferrovia como meio de exportação.
Por ordem de preço, de acordo com Rafael Dolenkei, hoje o transporte mais caro se dá através dos caminhões, sendo segundo pela ferrovia e, por fim, a hidrovia.
Ainda, o gerente comercial cita como assertivo o projeto do Governo do Estado com Porto Murtinho, classificando a região como um “corredor super competitivo que temos hoje”.
“O caminhão sai de Maracaju com soja, por exemplo, desçe no município, coloca numa barcaça e manda para a Argentina, onde uma fábrica instalada lá consome mais que todas as que nós temos em Mato Grosso do Sul”, expõe.
Para Rafael, o Corredor Bioceânico deve trazer diversas oportunidades, não só para a exportação, como também o comércio, turismo e estreitamento de relações com os vizinhos integrantes da Rota e desenvolvimento para os outros países, mas que, no atual momento, todo o potencial é incapaz de ser analisado.
, porque ele vai conseguir desenvolver regiões em outros países, como o Chaco, por exemplo, com uma cooperativa menonita la, os caras fantásticos, uma região com potencial de produção totalmente inexplorado pela questão de logística.
”Isso vai contribuir, porque, quando você tem aumento de área, de produtividade, você tem uma oferta maior de produtos. E no nível mundial de consumo que estamos, a gente precisa incrementar a produtividade nas áreas, para ter mais oferta de produto para poder contribuir com o controle gerado pelo excesso de liquidez”, finaliza ele. Conteúdo retirado do Correio do Estado.