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Fertilizantes estão garantidos para a próxima safra de soja

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Custo por hectare fica 31% mais caro para o produtor rural de MS

A invasão da Rússia à Ucrânia, iniciada em fevereiro, trouxe insegurança para produtores rurais brasileiros. A Rússia é o principal fornecedor dos insumos para o Brasil. Com quantidades recordes de fertilizantes importados, a safra de soja 2022/2023 está garantida tanto para Mato Grosso do Sul quanto para o País.

Conforme informações da Portos do Paraná, que opera o terminal de Paranaguá, na sexta-feira (27) havia sete navios com os insumos atracados, 16 aguardando para descarregar e outros 18 anunciados para os próximos 30 dias. A movimentação é considerada incomum.  

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, diz que a próxima safra está garantida no Estado.  

“Mato Grosso do Sul deve novamente bater recorde de área plantada. Nós vamos ter disponibilidade de fertilizantes, obviamente com preços bem acima do que foram praticados no ano passado, mas que não devem comprometer a tecnologia aplicada na produção de soja do Estado”, afirma.  

Na safra 2021/2022, o Estado enfrentou problemas climáticos que fizeram o resultado ser o menor dos últimos cinco ciclos. Foram retiradas do solo 8,6 milhões de toneladas da oleaginosa.

A área ocupada pelas lavouras foi de 3,748 milhões de hectares, o que projetava uma safra recorde caso se concretizasse a produtividade média esperada de 56 sacas por hectare.  

A estiagem dos últimos meses do ano passado interferiu no desenvolvimento das plantas e provocou perdas significativas em grande parte das lavouras. A produtividade média caiu de 56 sacas por hectare para 38,65 sc/ha.  

Para o ciclo 2022/2023, o secretário acredita em uma safra maior. “A safra está garantida, acredito que faremos uma safra grande com boa tecnologia novamente”, afirma Verruck.  

CUSTOS

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja-MS) calcula que os custos ficarão mais caros para implantar a soja neste ano em Mato Grosso do Sul.

O produtor sul-mato-grossense poderá desembolsar R$ 6.351,37 por cada hectare cultivado com soja, 31,60% mais caro ante os R$ 4.826,26 gastos no ciclo anterior.  

Segundo o presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi, duas ações podem amenizar os impactos desses custos: a compra dos insumos de forma antecipada e o uso da moeda soja.  

“O que o produtor deve fazer é sempre antecipar suas compras e fazer contas em cima da sua moeda de troca, que é o próprio produto. Antes de plantar a próxima safra de soja, ele tem de travar os custos em soja, trocar toneladas de fertilizantes por sacas de grãos, porque dessa forma ele sabe até onde pode investir”, indica.

“Se o custo de produção ultrapassa o mínimo que o agricultor produz, ele não pode avançar na comercialização, porque o custo estará fora do patamar de preços que ele está acostumado a lidar”, conclui Dobashi.

De acordo com a entidade, fertilizantes e herbicidas passaram de 140% de valorização e foram os itens que mais contribuíram para os avanços dos custos. Tratamento de sementes, correção de solo e as operações com máquinas e implementos subiram acima da casa de 50%.  

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que o fertilizante cloreto de potássio foi negociado, em abril, a R$ 5.900 por tonelada em Mato Grosso do Sul, alta de 211,34% em relação ao mesmo mês de 2021, quando era negociado a R$ 1.895 a tonelada.  

Já a cotação média do MAP (fosfato monoamônico) foi de R$ 4.800 por tonelada, avanço de 79,46% em relação a abril do ano passado, quando custava R$ 2.675 por tonelada.  

A ureia subiu 179,54% no período de um ano, saindo de R$ 2.200 a tonelada para R$ 6.150 em abril deste ano.  

MILHO

O milho segunda safra 2021/2022 caminha para a reta final no Estado. A colheita do cereal deve começar já no fim de junho. A estimativa é de área plantada de 1,992 milhão de hectares, retração de 12,6% quando comparado com a área da 2ª safra 2020/2021, que foi de 2,28 milhões de hectares.  

Já a produtividade estimada é de 78,13 sacas por hectare, gerando 9,34 milhões de toneladas.

As estimativas da Aprosoja-MS apontam para uma área plantada maior do que a prevista inicialmente, e que os resultados podem ser bem melhores do que os da última safrinha de milho e safra de soja.  

“A equipe de campo monitora as lavouras do Estado em busca de áreas que tiveram perdas por geadas entre os dias 17 e 22 de maio, até o momento há poucos registros de geadas”, informa o boletim técnico.

MP incentiva a produção dos insumos

O Senado aprovou o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 11/2022, que altera incentivos tributários para a indústria química e petroquímica no âmbito do Regime Especial da Indústria Química (Reiq). A matéria retorna à Câmara dos Deputados, tendo em vista as alterações feitas pelo relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM). Ele incluiu um dispositivo que busca Conteúdo retirado do Correio do Estado.