Pesquisa do Ipespe mostra que o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), só foi fenômeno eleitoral por apenas dois meses, logo após ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O democrata nunca mais se recuperou após despencar nas pesquisas de 14% para 3%.
Cotado para disputar a presidência da República como um dos nomes da 3ª via, Mandetta ganhou notoriedade no início da pandemia, quando concedia entrevistas coletivas diárias para alertar a população sobre a gravidade da covid-19. Ele ficou famoso pelo conselho “fique em casa” e só procure o médico em caso de sintomas graves.
Em abril de 2020, ele era considerado o melhor ministro de Bolsonaro e chegou a ser considerado bom ou ótimo por 76% dos eleitores, de acordo com o Datafolha. A boa avaliação refletiu nas pesquisas eleitorais, quando passou a ser apontado como presidenciável. Naquele mês, Mandetta tinha 14% das intenções de voto, ficando em 3º lugar, só atrás de Jair Bolsonaro, com 22%, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 21%.
Segundo o Ipespe, o ex-ministro da Saúde superava o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), com 13%, tinha quase o dobro de Ciro Gomes (PDT), com 8%, e o triplo do apresentador da TV Globo, Luciano Huck (sem partido).
No mês seguinte, Mandetta oscilou para 10%, ficando em 4º lugar, atrás de Bolsonaro (20%), Lula (19%) e Moro (18%). Fora do cargo e mesmo tendo espaço diário nos jornais para contestar as medidas de Bolsonaro para combater a pandemia, o democrata foi desidratando e perdendo espaço. Em março deste ano, ele chegou a figurar com apenas 2% nas sondagens do Ipespe.
Nos meses de agosto e setembro deste ano, o ex-ministro reagiu e dobrou as intenções de votos, com 4%. Na pesquisa deste mês, ele aparece com 3%, atrás de Lula (42%), Bolsonaro (28%), Ciro (11%) e João Doria (4%).
Desde de maio de 2020, Luiz Henrique Mandetta patina abaixo de 5% nas pesquisas, mesmo ganhando espaço nos jornais nacionais. Com esse índice, o democrata pode ter dificuldade para se viabilizar como cabeça de chapa no União Brasil, partido a ser criado com a fusão do DEM e PSL.
Contudo, como o União Brasil vai ter tempo no horário eleitoral gratuito e um polpudo caixa de campanha, o ex-ministro pode ser indicado como candidato a vice, graças à visibilidade alcançada pelo cargo de ministro da Saúde.
O União Brasil pode indicar o vice na chapa de Moro, de Ciro Gomes ou do PSDB, que realiza prévias para escolher entre Doria e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.